terça-feira, 12 de setembro de 2017

Participação Social é estar presente. É ser ver numa grande família.



Vivemos em tempos muito difíceis. 
Tempos complicados, muito mais que já sabíamos que viriam à tona. 
A corrupção existia de uma forma velada, mesmo que fosse intensa nos bastidores. E quando se revelou para nós, nos deixou perplexos de tão profunda, intermitente e complexa. Percebemos que não temos controle e nem pacto de conduta.

Em quem acreditar? Votar por votar? Anular para se abster? Votar para mudar? Votar em quem? 
Hoje nos perguntamos: o que fazer para a vida entrar nos trilhos? A política tirou a nossa paz? Trouxe a insegurança da aposentadoria? Trouxe o rombo das contas que achávamos que não eram nossas?

Sociedade

A resposta é simples: participar é controlar
O primeiro núcleo ou convívio do ser humano é a família. E na família aprendemos que se gastamos mais do que recebemos, temos que arrochar ou apertar o orçamento. Fazer cortes em despesas supérfluas ou despesas que podem esperar. Buscar receitas extras. Gerimos as nossas contas atendendo a necessidade de mudar hábitos, costumes e infringindo gostos ou interesses familiares para sair do déficit.
O superávit de nossas vidas representa ter dinheiro para poupar e ainda adquirir coisas que desejamos. A receita nesta conta é maior que a despesa e com o susto percebemos que temos que aprender a controlar, estabelecer "tetos" para os gastos e produzir ou prestar serviços para conquistar mais receita. 
Buscar o equilíbrio da economia de nossas contas é olhar para o futuro e saber que não controlamos o mercado. Não controlamos o mercado econômico. Não controlamos o mercado de trabalho. Não controlamos uma produção sem investimento em tecnologias. Temos que controlar participando das políticas ditas em nossa casa.
Quem é nossa casa hoje? Nosso País, nosso Estado, nossa Cidade, nosso bairro - o nosso território. É um território em risco e com uma rentabilidade desconhecida. Qual é o swap que vamos fazer? Nessa operação de troca nas apostas de interesses de investidores, quem ganhará? Ganhará o quê?
A importância de se participar socialmente das políticas públicas é perceber que a nação é a nossa família. É tentar entender que fechamos os olhos, a boca e os ouvidos pela ausência de defender os direitos assegurados nas leis vigentes. É tentar compreender que não sensibilizamos os poderes públicos - Executivo, Legislativo e Judiciário - quanto as responsabilidades no atendimento das demandas dos segmentos, em conformidade com as políticas públicas. É saber que não procuramos formas de parcerias que defendam o direito de todos a serviços com qualidade. É termos consciência de que poderíamos afirmar a preocupação por resoluções de problemas locais.
A nossa casa está caindo e despencando. Tem uma goteira ali, outra acolá. Estão surgindo rachaduras porque fizemos a base ou o alicerce sem projeto, sem planejamento,  sem inovação. Para piorar a situação, utilizamos materiais de quinta categoria e contratamos pedreiros que diziam conhecer todas as áreas de infraestrutura e construção, mas que no fundo, não sabiam quase nada. 
Há opção de reforma? Reforma ou abandono? Demolição e recomeço? Perceba que há falha na participação de formular, implantar, supervisionar, avaliar e estabelecer um elo interlocutor entre a família e o outro.
Participação social é afirmar o pacto entre a sociedade e o poder público. O pacto é a regra da boa convivência e de sobrevivência de um país.


Créditos da imagem: xedos4 - Free Digital Photos